terça-feira, 4 de agosto de 2015

O Capitão Bexiga

Antônio Joaquim da Silva (vulgo Bexiga) nunca almejou um lugar no exército, muito menos achava que um dia chegaria a militar condecorado. Tudo mudou em agosto de 1890, quando Bexiga abafou uma farda de capitão esquecida por aí.
Agora o Bexiga passeava engalanado com divisas no punho, todo chibante, com um garbo que era mesmo imponente. Apresentava-se como Tito Lívio da Silva, capitão reformado: “E não me bulam na patente!”
– Quem não te conheça que te compre, diziam os conhecidos velhos de guerra
Mas a coisa não durou muito. A polícia veio e: foste pilhado, meu Juca. Deu-se o fisgamento e o Capitão Bexiga perdeu suas divisas.
Um filósofo, nas páginas de um importante jornal, protestou contra a prisão. Dizia ele: “Capitão não é privilégio nem exclusividade do exército, pertence até aos bolos de feijoada”.
Deveras, com veras e tataraveras. Pois nesta mesma noite o teatro Eldorado de variedades não apresentava o Capitão Constentenus o homem tatuado e o célebre general Boum medindo 30 centímetros com 55 anos de idade ainda que chova canivete aberto?